https://web.archive.org/web/20101208194 ... stas.shtml
Spoiler
08/12/2010 - 08h05
Com influência da magia negra, witch house conquista as pistas
CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO
Não é de hoje que a música passa, de tempos em tempos, por vertentes sombrias. Basta lembrar do pós-punk, nos anos 1970, ou do rock gótico e da eletrônica que se fazia na década 1980.
No ano passado, os góticos do The Horrors chamaram atenção da crítica e levaram até uma indicação ao Mercury Prize, a mais importante premiação da música britânica. O dark fofo da banda xx ganhou este ano o prêmio.
Em 2010, outra banda sombria conquistou crítica e público --o Salem (ou S4lem, como é estilizado). O trio, formado pelos cabeludos John Holland e Jack Donoghue e a loira sexy Heather Marlatt, veio da pequena Traverse City, no Michigan, nos EUA.
Hoje, o grupo é um dos mais comentados nos blogs de música, ganhou repercussão no "New York Times" e virou trilha do desfile gótico da Givenchy na última Semana de Moda de Paris.
O burburinho só aumentou após o lançamento do primeiro álbum, em outubro, intitulado "King Night". Antes, veio o EP "Yes, I Smoke Crack" (sim, eu fumo crack).
O Salem, que assinou agora com a Sony, também ficou conhecido por fazer (poucos) shows para lá de confusos e dar raras entrevistas. Seus membros não falaram à Folha; o empresário afirme ter tentado convencê-los.
Em tempos de vampiros, zumbis e filmes "found footage" invadindo o cinema, a televisão e as livrarias, não espanta que surja também um gênero musical relacionado.
Chamado drag (arrastar), witch house (house de bruxa) ou spookycore (rock assustador), o "novo gênero" tem bandas ainda desconhecidas, de nomes impronunciáveis e, não raro, símbolos que tornam impossível achá-los no Google, como sequências de cruzes e triângulos.
O burburinho começou na internet, foi levado às rádios americanas e algumas festas já tocam esse som lá fora.
Annika Aschber/Divulgação

A banda sueca Fever Ray ganhou remix no Brasil
No Brasil, DJs ouvidos pela Folha acham pouco provável que a onda chegue aqui, a não ser que seja "muito misturado". No máximo, podem fazer como o duo carioca Twelves, que remixou a sombria "Seven", da artista Fever Ray, no ano passado.
O que chama atenção na cena é que mesmo entre os grupos que são considerados expoentes, há muita controvérsia sobre o que é o gênero e se ele é mesmo novo.
A explicação é que o witch house tem influências que remetem ao hip-hop e ao rock gótico, com batidas eletrônicas, baixo lá em cima e vocais muito recortados.
Também é comum influências de ocultismo, bruxaria ou magia negra. E, como todo bom dark, os músicos chamam atenção com maquiagem e roupas pretas.
A Folha conversou com quatro bandas para entender o que é, afinal, o witch house. Os músicos não quiseram falar por telefone e pediram que seus nomes não fossem citados, apenas os de suas bandas. Assustador?
-
Ouça comentário da repórter
Carol Nogueira
Editoria de Arte/Folhapress

Com influência da magia negra, witch house conquista as pistas
CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO
Não é de hoje que a música passa, de tempos em tempos, por vertentes sombrias. Basta lembrar do pós-punk, nos anos 1970, ou do rock gótico e da eletrônica que se fazia na década 1980.
No ano passado, os góticos do The Horrors chamaram atenção da crítica e levaram até uma indicação ao Mercury Prize, a mais importante premiação da música britânica. O dark fofo da banda xx ganhou este ano o prêmio.
Em 2010, outra banda sombria conquistou crítica e público --o Salem (ou S4lem, como é estilizado). O trio, formado pelos cabeludos John Holland e Jack Donoghue e a loira sexy Heather Marlatt, veio da pequena Traverse City, no Michigan, nos EUA.
Hoje, o grupo é um dos mais comentados nos blogs de música, ganhou repercussão no "New York Times" e virou trilha do desfile gótico da Givenchy na última Semana de Moda de Paris.
O burburinho só aumentou após o lançamento do primeiro álbum, em outubro, intitulado "King Night". Antes, veio o EP "Yes, I Smoke Crack" (sim, eu fumo crack).
O Salem, que assinou agora com a Sony, também ficou conhecido por fazer (poucos) shows para lá de confusos e dar raras entrevistas. Seus membros não falaram à Folha; o empresário afirme ter tentado convencê-los.
Em tempos de vampiros, zumbis e filmes "found footage" invadindo o cinema, a televisão e as livrarias, não espanta que surja também um gênero musical relacionado.
Chamado drag (arrastar), witch house (house de bruxa) ou spookycore (rock assustador), o "novo gênero" tem bandas ainda desconhecidas, de nomes impronunciáveis e, não raro, símbolos que tornam impossível achá-los no Google, como sequências de cruzes e triângulos.
O burburinho começou na internet, foi levado às rádios americanas e algumas festas já tocam esse som lá fora.
Annika Aschber/Divulgação

A banda sueca Fever Ray ganhou remix no Brasil
No Brasil, DJs ouvidos pela Folha acham pouco provável que a onda chegue aqui, a não ser que seja "muito misturado". No máximo, podem fazer como o duo carioca Twelves, que remixou a sombria "Seven", da artista Fever Ray, no ano passado.
O que chama atenção na cena é que mesmo entre os grupos que são considerados expoentes, há muita controvérsia sobre o que é o gênero e se ele é mesmo novo.
A explicação é que o witch house tem influências que remetem ao hip-hop e ao rock gótico, com batidas eletrônicas, baixo lá em cima e vocais muito recortados.
Também é comum influências de ocultismo, bruxaria ou magia negra. E, como todo bom dark, os músicos chamam atenção com maquiagem e roupas pretas.
A Folha conversou com quatro bandas para entender o que é, afinal, o witch house. Os músicos não quiseram falar por telefone e pediram que seus nomes não fossem citados, apenas os de suas bandas. Assustador?
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Ouça comentário da repórter
Carol Nogueira
Editoria de Arte/Folhapress

